Ela cuida da casa, dos filhos, do trabalho, das emoções alheias e, muitas vezes, até dos silêncios da família.
Mas quando perguntam como ela está, responde: “Tudo bem, só um pouco cansada.”
A sobrecarga feminina não é só uma questão de agenda lotada.
É um modo silencioso de desaparecer de si mesma.
- A armadilha da força o tempo todo
Desde cedo, muitas mulheres aprenderam que precisam ser fortes.
Engolir o choro. Resolver tudo. Estar disponíveis.
Essa ideia de força como resistência constante tem feito muitas mulheres adoecerem emocionalmente.
Ser forte não é não sentir. É saber a hora de parar.
E às vezes, o corpo é quem denuncia aquilo que o coração insiste em calar.
- O corpo fala — e cobra
Dor de cabeça, insônia, ansiedade, cansaço extremo.
São os sinais que o corpo envia quando não damos ouvidos ao que sentimos.
A exaustão não vem só do excesso de tarefas, mas do excesso de exigência, da falta de rede, da culpa por descansar.
Muitas mulheres dizem:
“Eu dou conta.”
Mas não se perguntam: “A que custo?”
- A mulher que se apaga para manter tudo aceso
Ela organiza aniversários, faz mercado, limpa a casa, cuida dos filhos, entrega no trabalho.
Mas esquece de si.
Se coloca sempre por último na lista de prioridades.
E quando tenta lembrar de si, já não sabe mais o que gosta, o que sonha, o que sente.
Esse apagamento é silencioso — e perigoso.
- O que sustenta o mundo também precisa de cuidado
A verdade é que ninguém aguenta carregar tudo sozinha por muito tempo.
Cuidar também cansa.
E se não houver espaço para ser cuidada, a mulher vai adoecendo — no corpo, nas emoções, na alma.
Por isso, reconhecer a sobrecarga é um ato de coragem.
Não é fraqueza.
É o começo de um reencontro.
⸻
- Como quebrar o ciclo da sobrecarga
• Nomeie o que você sente (cansaço, raiva, tristeza não são frescura)
• Peça ajuda (mesmo que doa no começo)
• Reorganize suas prioridades (incluir você mesma nelas não é egoísmo)
• Busque apoio terapêutico (olhar para suas dores com escuta profissional transforma caminhos)
Você não precisa provar o tempo todo que dá conta.
Nem carregar o mundo sozinha para merecer amor.
Você é digna de cuidado, de pausa, de presença consigo.
E talvez o maior ato de amor próprio hoje seja parar e se perguntar:
“O que eu estou tentando sustentar sozinha que poderia ser mais leve se eu me incluísse na equação?”